Hoje estamos presenciando uma igreja cheia de heresias, confissão positiva; quebra de maldição; teologia da prosperidade; superstição e vários outros modismos que se instalaram no meio do povo de Deus. A última novidade na igreja agora é o antropocentrismo (o culto tendo o homem como centro das atenções – quem vai cantar? Quem vai pregar?). Hoje não basta saber que Jesus está presente no culto (Mt. 28:20) os crentes querem ouvir seus preletores preferidos (e é por isso que muitos fazem caravanas para grandes congressos, compram Dvs de seus ídolos e até viram fã clube do pregador A ou B) os cultos viraram shows, os púlpitos viraram palcos, picadeiro e ás vezes até palanques políticos, os pastores se parecem mais com executivos, as mensagens não são mais de ajuda do auto mas sim de auto ajuda, os hinos congregacionais (harpa cristã) estão sendo substituídos e em seu lugar estão sendo introduzidos músicas com rítimos e estilos mundanos e sem letras bíblicas, os cânticos são conduzidos por equipes de louvor que não respeitam o tempo da Palavra e que após a apresentação de suas vozes (com a igreja de pé e músicas que só eles conhecem) saem do templo, pois os mesmos não querem ouvir a Palavra.
Infelizmente hoje o termo evangélico não causa mais impacto na sociedade, pois todo mundo se diz evangélico. Mulheres que posam nuas e fazem filmes pornográficos, pessoas que compram e não pagam, são trapaceiros, caloteiros, “pastores” (pastores?) envolvidos com escândalos sexuais e com esquema de corrupção no meio político, estão denegrindo a imagem dos verdadeiros evangélicos (prefiro ser chamado de crente).
A igreja está cheia de aproveitadores de plantão. Eles descobriram que os crentes são fáceis de enganar. Pois o que acontece em nosso meio hoje é o seguinte: convida-se alguém que a igreja não conhece de perto (sua vida no lar, na sociedade, na igreja, etc...), mas que a mídia evangélica consagrou e o fez famoso da noite para o dia e a mesma fica obrigada a arcar com todas as despesas. Fico pensando em quantos homens e mulheres de Deus, servos valorosos que tem a sua vida no altar em constante consagração, mas que só porque não são famosos, não possuem bens deste mundo, não são valorizados. Para que convidar alguém de longe se tem pessoas de perto que são bênçãos nas mãos de Deus? Pessoas que oram que não cobram cachê, que são cheias do Espírito Santo. Mas alguém pode dizer: Se não houver alguém famoso o povo não vem. Se for assim, convidem o cantor Roberto Carlos, a cantora Ivete Sândalo, O Leonardo, a dupla Zezé di Camargo e Luciano, a Xuxa, o Pelé!
É por isso que quando alguém me pergunta, porque hoje não vemos mais milagres, batismo com o Espírito Santo, curas, avivamento, transformação de vidas, conversão de almas, respondo que enquanto o Espírito Santo não voltar a ter o seu lugar na igreja teremos que conviver com esta sequidão espiritual. (Hoje temos o ouro e a prata, mas onde está o levanta e anda em nome de Jesus?)
Hotel cinco estrelas, venda de produtos (CDs, DVDs, Livros, etc...) além de um ótimo cachê, tratamento de rei e regalias é o preço que tem que se pagar se quiser contar com a presença das celebridades do mundo gospel. Para convidar algumas destas celebridades é preciso assinar um contrato e depositar antecipado o seu cachê, se não eles não vem (quando vem, pois dependendo do tamanho do cachê eles vão para outro evento e furam com o compromisso anterior).
E para cobrir os gastos de tal evento apela-se para práticas tais como: pedir oferta alçada no meio do culto (preciso de dez pessoas para doar R$ 50,00 e Deus vai te dar em dobro) cantinas, oferta na porta do templo, em alguns lugares até sorteios de prêmios, e rifas. São tantos pedidos de ofertas, que parece que vai chegar o dia em que para entrar no templo precisará pagar o ingresso.
Não quero dizer com isso que a igreja não precisa de dinheiro. A obra de Deus precisa sim, mas o que questiono é o destino deste dinheiro. Todo este esforço para angariar dinheiro para que? Para sustentar missionários no campo? Para socorrer irmãos necessitados? (Rm. 15: 26; 2ª Co. 8 e 9) não, mas para custear o luxo de verdadeiros mercenários disfarçados de cristãos.
Enquanto muitos irmãos levantam cedo para trabalhar para ganhar um misero salário mínimo, estes mercenários ganham numa noite o equivalente a um ano de trabalho do pobre irmão humilde, que ainda tem que separar o dízimo para a igreja.
Estes lobos apresentam o seu show e depois vão embora com o dinheiro da igreja e o pastor fica com os problemas para resolver, pois na maioria das vezes o que acontece nestas festividades é puro emocionalismo barato (levanta a mão e dá glória, olha no olho do seu irmão e diz: você é feio, mas eu te amo etc...) e nada de mensagem Bíblica e os crentes (principalmente os que não gostam de estudar a Bíblia e dizem que teologia é do diabo) caem igual um patinho no conto destes lobos e servem de marionetes nas mãos deles. Pobres crentes incautos, analfabetos em Bíblia, não se dão conta de que estamos nos últimos dias e que precisamos vigiar.
O apóstolo Paulo escreveu aos Romanos que a vida cristão é vivida de fé em fé, (Rm. 1:17) mas muitos crentes confundiram os termos e passaram a viver de “festa em festa” e é por isso que hoje se não houver grandes eventos nas igrejas o povo fica apático, frio, desanimado, se esquecendo que a vida cristã não é constituída só de alegria, festa, eventos, mar de rosas, mas que há pedras e espinhos no caminho, lágrimas, choro, renúncia, sofrimento, sacrifício, lutas, etc...
Alguns pensam que a igreja precisa de artistas para animar o povo, por isso convida estrelas do mundo gospel (muitas vezes pessoas recém-saídas do mundo e que ainda não sabem o que é levar a cruz) e não tem nada acrescentar em nossa comunhão com Deus.
Meua amados irmãos, que mediante o exposto possamos refletir sobre o estado crítico em que se encontra a igreja e buscar de Deus uma resposta a estas mazelas que tanto prejuízo tem trazido á nobre causa do evangelho.
Acorda crente o Rei está voltando!
Pb. Edinei Siqueira, Th.B - Teólogo e Pesquisador de Religiões, seitas e heresias.
Fonte/A verdade do evangelho